Travessia das Sete Quedas & Simão Correia
Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, GO
3 dias - ago/2024

Conheci a Chapada dos Veadeiros em 2013 e, de lá pra cá, retornei algumas vezes, sempre me encantando com a beleza das suas inúmeras cachoeiras e com as ótimas oportunidades que ela oferece para admirar nosso maravilhoso Cerrado. Surpreendentemente, e lamentavelmente, são reduzidas as alternativas para grandes caminhadas com acampamento móvel. Uma das poucas é a Travessia das Setes Quedas, localizada no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. A travessia possui quase 24 Km de extensão, e é comumente realizada em dois dias de caminhada.

O nível superior da Cachoeira das Sete Quedas
O nível superior da Cachoeira das Sete Quedas

Depois de longa espera, em agosto de 2024 tive a alegria de reunir um grupo muito especial para executá-la. Apesar de relativamente curta e plana, a distribuição desigual da quilometragem pelos dias de caminhada e, principalmente, o calor da estação seca, são pontos de atenção importantes para a sua execução. No mais, é uma excelente oportunidade para a imersão nesse bioma fascinante, além, é claro, de levar até a linda Cachoeira das Sete Quedas, que empresta seu nome à travessia.

O pôr do sol no acampamento Sete Quedas
O pôr do sol no acampamento Sete Quedas

Para tornar a viagem ainda mais especial, estendemos o roteiro até o Parque Estadual de Terra Ronca, outro local que há algum tempo despertava minha curiosidade. Localizado na ponta nordeste do estado de Goiás, quase na divisa com a Bahia, o parque abriga um conjunto espeleológico de destaque na América do Sul. Tivemos uma experiência incrível lá, visitando 4 das suas cavernas. Essa parte final da viagem conto no meu relato sobre Terra Ronca.

10/08) Rio → Brasília → Colinas do Sul

O carro alugado estacionado ao lado da portaria do Parque Nacional
O carro alugado estacionado ao lado da portaria do Parque Nacional

No início da tarde deixei o Rio de Janeiro num voo com destino à Brasília. Lá encontrei com o restante do grupo, que já havia retirado na locadora o carro que alugamos para a viagem. Optamos por um Fiat Pulse. Achamos que um SUV seria desejável, dada a grande quantidade de estradas de terra que enfrentaríamos, particularmente depois que deixássemos a Chapada dos Veadeiros. De fato, o carro mais robusto nos deu mais conforto e confiança no percurso. Porém, ele é apenas ligeiramente mais alto do que muitos carros da categoria econômica, e seu bagageiro não é tão espaçoso. Atendeu sem muita folga ao grupo de 3 pessoas com suas cargueiras para a travessia, e bagagem extra para os dias em Terra Ronca. Ainda assim, uma das cargueiras precisou viajar no banco traseiro.

Carro após alguns quilômetros de estrada de terra até a Cachoeira Simão Correia
Carro após alguns quilômetros de estrada de terra até a Cachoeira Simão Correia

Deixamos Brasília às 18:00, rumo à Chapada. Chegamos em Alto Paraíso de Goiás, às 20:50, com temperatura de 19°C. Paramos no Quiri Quiri para um delicioso hambúrguer antes de seguir viagem. O povoado de São Jorge é o ponto de parada mais conveniente para quem visita o Parque Nacional. Porém, como o grupo contava com uma casa em Colinas do Sul para apoiar na logística, fizemos essa opção. Às 21:55 deixamos Alto Paraíso, tomando a GO-239, mesma estrada de acesso à São Jorge. Passamos pela entrada de São Jorge e seguimos por mais meia hora até a casa, localizada numa propriedade pouco antes da entrada da cidade de Colinas do Sul. Chegamos às 22:50. Organizamos minimamente nossa bagagem e alimentação para o dia seguinte, e fomos dormir.

11/08) Travessia das Sete Quedas - Dia 1

Iniciando a Travessia das Sete Quedas em meio à vegetação seca do Cerrado
Iniciando a Travessia das Sete Quedas em meio à vegetação seca do Cerrado

Acordamos às 6:00 com a temperatura de 15°C. Tomamos o café da manhã e finalizamos sem pressa a organização dos equipamentos para a travessia. Deixamos Colinas às 8:45, em direção à Vila de São Jorge. Na viagem, paramos para dar carona para uma mulher que também se dirigia à vila. É bem comum os moradores de São Jorge e arredores usarem a carona para se deslocar por ali. Em torno das 9:15 estávamos chegando no povoado. Nos deparamos com algumas ruas interditadas pelas obras de calçamento que haviam se iniciado recentemente. Me lembrei da minha primeira visita à Chapada, em 2013. Na época, ainda não havia asfalto nem mesmo de Alto Paraíso até São Jorge.

Atravessando a ponte pênsil sobre o leito seco de um dos afluentes do Rio Preto
Atravessando a ponte pênsil sobre o leito seco de um dos afluentes do Rio Preto

A entrada do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros fica bem próxima à vila. Pagamos R$ 60 por duas diárias do carro no estacionamento anexo à portaria do parque. Já havíamos feito as reservas para a travessia pelo site da Parquetur, duas semanas antes. Na ocasião, pagamos R$ 45 por pessoa pela travessia e R$ 25 pelo pernoite no acampamento. Apresentamos o comprovante da compra e fomos direcionados para o auditório para receber algumas orientações de um agente do Parque. Acho louvável quando esse procedimento informativo é adotado pelos gestores mas, infelizmente, tivemos apenas que responder algumas perguntas básicas para confirmar, por exemplo, se estávamos carregando água e alimentação. Muitas outras informações importantes poderiam ter sido passadas, inclusive sobre a prevenção de incêndios, já que estávamos na época de seca.

Um dos poços próximos do Cânion I com água incrivelmente transparente
Um dos poços próximos do Cânion I com água incrivelmente transparente

Começamos a caminhada às 9:45. Conforme o esperado para o meio de agosto, encontramos a vegetação do Cerrado já bastante castigada pelo sol e pela estiagem. As cores amarelas e marrons dominavam a paisagem. Com menos de 30 minutos de caminhada, cruzamos uma ponte pênsil sobre o leito totalmente seco de um afluente do Rio Preto. Algumas flores esparsas tentavam alegrar o visual, últimas sobreviventes da floração do inverno. As poucas árvores, baixas e de folhagem rala, não ofereciam qualquer proteção contra o sol forte que nos acompanharia pelos próximos dias. No céu, ao menos uma cobertura de 60% de cirrus tentava nos ajudar de alguma forma. Água, apenas nos pontos de parada bem específicos.

Visual do Cânion I
Visual do Cânion I

A calha da trilha é sempre bem definida, e há sinalização periódica através de placas indicativas e setas pintadas em rochas. É importante, no entanto, que o visitante conheça o itinerário que precisa ser feito, já que as placas nem sempre mencionam propriamente a Travessia das Sete Quedas, mas sim, os próximos atrativos que serão alcançados. Às 11:05 chegamos à margem do Rio Preto, num atrativo chamado de Cânion I. Com o calor de 35°C na sombra, e um belo poço para banho, fizemos ali uma parada de 1 hora e 20 minutos. Nadamos, lanchamos e exploramos a área. Seguindo contra o curso do rio pela margem oposta, encontramos outros bons poços para banho, e o braço do rio que forma o pequeno cânion que dá nome ao local.

Reencontro com o Rio Preto após o banho no Cânion I
Reencontro com o Rio Preto após o banho no Cânion I

Seguimos viagem por mais 2,9 Km até encontrar novamente o Rio Preto. Era um ponto muito bonito, onde o seu leito era mais largo e caudaloso. Não resistimos a mais uma parada para banho. Prosseguimos por mais 800 metros, passando pelo Acampamento Boa Sorte, e, logo depois, chegando o ponto de cruzamento do Rio Preto. Este ponto é um dos motivos da Travessia ficar fechada para visitação durante a época das chuvas. Os locais recomendados pelo Parque para o início e fim do cruzamento do rio são indicados por estacas de madeira. Com o avançar da estação seca, vencemos o obstáculo com a água apenas na altura das canelas.

Cruzando o Rio Preto na metade do primeiro dia da travessia
Cruzando o Rio Preto na metade do primeiro dia da travessia

Após cruzarmos o rio, nos preparamos para encontrar novamente com a água apenas no final do dia. Foram mais 8,3 Km até o Acampamento Sete Quedas, ganhando elevação gradativamente. Os pontos mais interessantes desse trecho foram a 5 Km dali. O primeiro visual marcante foi o da travessia de um amplo descampado, de onde, ao longe, avistávamos o Morro da Baleia. Quinze minutos depois, curtimos a vista de um belo campo de "capim dourado" sendo iluminado pelo sol, que começava a baixar com o final da tarde. Lembro também de, em algum momento nessa região, avistarmos um casal de araras canindé cruzando o céu.

Caminhando no descampado com vista para o Morro da Baleia
Caminhando no descampado com vista para o Morro da Baleia

Chegamos ao acampamento às 17:00, após um percurso total de 17 Km. A área de acampamento é bem espaçosa, com areais planos bem convidativos para a montagem das barracas. O parque construiu no local uma área coberta com uma longa mesa de madeira para as refeições. E existe uma estrutura de banheiro seco que parece ter sido recentemente inaugurada. Alguns poucos grupos acampavam ali. Não tivemos dificuldade para escolher um bom ponto para nossas barracas. Situação muito diferente do que costuma acontecer nos finais de semana, principalmente próximo à abertura da temporada. Deixamos as mochilas no local escolhido e nos apressamos para tomar o último banho de rio do dia. Após o banho, montamos as barracas e preparamos o jantar. Nos recolhemos apenas às 21:00. A temperatura havia caído para 20°C.

12/08) Travessia das Sete Quedas - Dia 2

Nosso acampamento próximo às Sete Quedas
Nosso acampamento próximo às Sete Quedas

Acordamos às 6:45 com a temperatura de 17°C. Uma notável amplitude térmica de 18°C, se considerarmos os 35°C que havíamos pegado na tarde anterior. O segundo dia de caminhada seria bem mais curto, com apenas 6,5 Km de percurso. Tomamos o café da manhã sem pressa, e deixamos o acampamento às 9:30. Andamos apenas 400 metros paralelamente ao Rio Preto, suficientes para nos levar até a Cachoeira Sete Quedas. A cachoeira é muito bonita, baixa, porém bem larga, e possui mais de um nível de poções. Na extensão do seu paredão rochoso observam-se diversas quedas d'água, uma ao lado da outra, característica certamente responsável pelo nome da cachoeira. Na margem direita do rio, onde estávamos, existe um parede de rochas com uns 6 metros de altura, paralela ao curso do rio, que confere um excelente sombra para deixar as mochilas e relaxar. Não dispensamos um banho na cachoeira que dá nome à travessia.

Chegada na Cachoeira das Sete Quedas
Chegada na Cachoeira das Sete Quedas

Primeiro mergulhamos no poço inferior, depois no poço superior, ambos excelentes. A água era fria, mas perfeitamente suportável, totalmente transparente e com inúmeros peixes nadando ao nosso redor o tempo todo. Na parede de rochas às margens do rio um casal de gibões de couro se exibia com suas manobras acrobáticas precisas, e sua vocalização característica. Fiquei feliz de observar esses pássaros no seu ambiente natural, depois de tê-los conhecido praticando as mesmas manobras entre os prédios da cidade grande. O local é realmente muito agradável. Passar a tarde ali, almoçando no acampamento e postergando para o final do dia o último trecho da caminhada seria um bom plano para uma próxima visita. Até porque, acabamos pegando um horário bastante inconveniente para caminhar no grande descampado que nos aguardava nos quilômetros finais da travessia.

Trecho bem próximo da segundo cruzamento do Rio Preto. No centro da imagem, uma das sinalizações pintadas na rocha.
Trecho bem próximo da segundo cruzamento do Rio Preto. No centro da imagem, uma das sinalizações pintadas na rocha.

Às 11:50 deixamos a cachoeira. A temperatura já se aproximava dos 30°C. Cerca de 250 metros à frente, realizamos o segundo cruzamento do Rio Preto da Travessia. Desta vez, sequer tiramos as botas. Conseguimos encontrar uma rota passando sobre as pedras expostas. Nos despedimos em definitivo do Rio Preto, para encarar o que acredito ter sido o trecho mais quente da travessia. Começamos ganhando cerca de 200 metros de elevação, subindo em direção ao platô final. Passamos por um antigo ponto de apoio do ICMBio com uma antena de celular, de onde enviamos mensagens para nosso translado, avisando que estávamos próximos do final. Foram mais 3 Km sofridos até o portão de acesso ao parque. Já passava de 13:00 e a temperatura já havia chegado novamente aos 35°C. O trecho final é realizado em uma antiga estrada de serviço em meio a um enorme descampado, castigado pelo sol. Já sentíamos a sola do pés fervendo pelo calor que atravessava as botas. O único alento era o belo visual, novamente com o Morro da Baleia ao fundo.

Caminhando no descampado final com vista para o Morro da Baleia
Caminhando no descampado final com vista para o Morro da Baleia

Finalizamos a caminhada às 14:10. Pra nossa alegria, o Francisco, nosso motorista, foi pontual e já nos aguardava ao lado do portão. Francisco tem um Fiat Grand Siena que acomodou sem problemas nossas cargueiras. O ponto negativo foi o carro não ter cintos de segurança nem nos bancos da frente. A travessia finaliza na GO-239, mesma estrada que liga Alto Paraíso, São Jorge e Colinas. Estávamos num ponto entre Alto Paraíso e São Jorge. Pegamos 12 Km de estrada até retornar para a entrada do Parque Nacional, onde havíamos deixado o nosso carro estacionado. Almoçamos em São Jorge, fizemos algumas compras no mercado para o restante da viagem, e regressamos para Colinas do Sul. Chegamos em casa às 17:00, num calor de 37°C. Felizmente, a temperatura foi baixando bastante, tão logo o sol se pôs. No resto do dia, lavamos roupas e colocamos a bagagem em ordem para seguir viagem na manhã seguinte.

13/08) Chapada → Simão Correia → Terra Ronca

Travessia do Córrego São Bartolomeu, 800 metros após o início da trilha
Travessia do Córrego São Bartolomeu, 800 metros após o início da trilha

Teríamos um longo dia pela frente, então acordamos às 6 com um surpreendente frio de 12°C. Uma amplitude de 25°C, ainda maior do que havíamos experimentado dentro do Parque Nacional. Deixamos Colinas do Sul às 7:15, em direção à Alto Paraíso. Na estrada, avistamos mais dois casais de araras canindé cruzando o Cerrado. Chegamos em Alto Paraíso às 8:05, e paramos por 45 minutos para um café da manhã na padaria. Tomamos a mesma GO-239, num trecho agora conhecido como Estrada do Sertão, na direção da cidade de Nova Roma. Nosso primeiro destino do dia era a Cachoeira Simão Correia. Ali a estrada ainda é toda de terra, mas estava em boas condições. Foram 26 Km feitos em 1 hora de viagem, até a fazenda que dá acesso à cachoeira. Pagamos R$ 50 por pessoa para a entrada.

Lajeado na aproximação para a Cachoeira Simão Correia (foto tirada no retorno)
Lajeado na aproximação para a Cachoeira Simão Correia (foto tirada no retorno)

Até pouco tempo atrás, o início da trilha ficava ao norte da sede da fazenda. Estacionava-se à margem direita do Rio São Bartolomeu e atravessa-se para a margem esquerda. A trilha seguia então paralela ao rio para o leste, até virar para o norte e começar a seguir paralela ao Córrego Simão Correia. Encontramos um traçado diferente nesse trecho inicial. Após nos apresentarmos na sede, seguimos de carro por mais uma centena de metros à nordeste. Estacionamos e começamos a subir uma encosta paralela ao São Bartolomeu, na sua margem direita. Depois de ganhar 30 metros de elevação, começamos a descer até encontrar o leito do rio. Ali existe uma pequena ponte para auxiliar a travessia para a margem esquerda, onde encontramos a trilha original. Ficamos curiosos para entender o motivo da alteração. A encosta é bem íngreme e passa a impressão de que após algumas estações de chuva a nova trilha pode ser levada embora.

Poço de águas cristalinas durante a aproximação à Cachoeira Simão Correia
Poço de águas cristalinas durante a aproximação à Cachoeira Simão Correia

A trilha tem um total de 10 Km de extensão (ida e volta), com 600 metros de desnível acumulado. Para os padrões da Chapada, onde as trilhas são geralmente muito planas, trata-se de um desnível considerável. A trilha atravessa áreas descampadas e também trechos com vegetação um pouco mais abundante. Assim como no Parque Nacional, um dos nossos principais desafios continuou a ser o calor. Chegamos a registrar temperaturas próximas dos 40°C enquanto atravessávamos os descampados. O trecho mais interessante é o 1,5 Km final, onde começamos a avistar a água cristalina do Córrego Simão Correia, e o calor intenso é aliviado pela vegetação ciliar.

Visual na chegada à Cachoeira Simão Correia
Visual na chegada à Cachoeira Simão Correia

Nesse trecho começam também os trepa pedras, e há necessidade de cruzar o córrego algumas vezes. Em nenhuma travessia foi necessário entrar na água. A calha da trilha é bem definida pela frequente passagem de visitantes. Nos trechos mais rochosos, onde seria mais fácil perder o caminho, existe uma sinalização bem eficaz com setas pintadas nas pedras. A 500 metros da cachoeira, encontramos uma mini escalada. Uma parede baixa e com ótimas posições para os pés e as mãos. Logo em seguida, passamos por um lajeado bem bonito, cuja inclinação mantém o córrego confinado junto a um paredão rochoso lateral, o qual parece estar sendo pouco a pouco esculpido pelas águas.

Cachoeira do Caracol, próxima à Simão Correia
Cachoeira do Caracol, próxima à Simão Correia

Inciamos a caminhada às 10:20 e alcançamos a queda d'água ao meio-dia. O esforço realizado foi compensado. O Córrego Simão Correia despenca de um paredão de 115 metros de altura formando um poção de grande dimensão e águas cristalinas. A temperatura da água estava bem mais fria do que no Parque Nacional. Ainda assim, não resistimos a nadar no poço com a bela queda d'água ao fundo. Fizemos a trilha sozinhos, mas ao chegar na cachoeira, encontramos dois casais já no local. Nossa viagem ainda seguiria até a Terra Ronca naquele dia, então às 13:00 começamos a retornar pela mesma trilha em que viemos.

Detalhe das dobras nos paredões no entorno da Cachoeira do Caracol
Detalhe das dobras nos paredões no entorno da Cachoeira do Caracol

Deixando a cachoeira, a trilha começa perdendo altitude aos poucos, e com 1,3 Km, chegamos a um ponto onde começaríamos a subir. Ali, acabamos descobrindo uma discreta bifurcação, com uma descida curta e íngreme, que leva para uma outra queda do Simão Correia, conhecida como Cachoeira do Caracol. É uma cachoeira bem pequena, mas o lugar é incrível. Um poço estreito de águas totalmente cristalinas, coloração verde turquesa, e emodulrado por rochas que convidam à uma aula de geologia. Estratificações de diferentes espessuras e em diferentes ângulos, com dobras em angulações bastante pronunciadas. Ficamos tentados a mergulhar ali, mas pelo horário tivemos que deixar o banho para uma próxima oportunidade. Para uma próxima ficou também a visita às "piscinas". Vimos a indicação nas placas, mas não fomos conferir o local.

O pôr do sol na estrada, à caminho de Terra Ronca
O pôr do sol na estrada, à caminho de Terra Ronca

Chegamos de volta ao ponto de início às 15:00. Recolhemos as roupas lavadas em Colinas do Sul, que havíamos deixado secando numa árvore ao lado do carro. Retornamos para a Estrada do Sertão, continuando na direção de Nova Roma. No restante do dia atravessamos áreas bastante remotas, acompanhamos um belo pôr do sol na estrada e alcançamos o pórtico de acesso ao Parque Estadual de Terra Ronca apenas às 19:00. Seguimos estrada ainda por mais 45 minutos, até o povoado de São João Evangelista, dentro da área do parque, onde dormimos nas próximas cinco noites. No próximo relato conto mais detalhes sobre o percurso até o parque e nossas experiências em Terra Ronca.

Dados & Tracklog

Abaixo seguem os principais dados da Travessia das Sete Quedas. Você pode também fazer o download do tracklog que gravamos, incluindo a marcação dos principais pontos do trajeto.

DataDetalheDistânciaTempoAlt.(min - max)G.E.AP.E.A
11/08Centro de Visitantes x Acampamento Sete Quedas16,98 Km7:20922 m - 1074 m400 m352 m
12/08Acampamento Sete Quedas x GO-2396,79 Km4:411019 m - 1223 m287 m97 m
TOTAL23,78 Km12:01922 m - 1223 m687 m449 m

Abaixo, os dados da trilha da Cachoeira Simão Correia, considerando ida e volta. Também disponibilizo para download o tracklog gravado.

DataDetalheDistânciaTempoAlt.(min - max)G.E.AP.E.A
13/08Cachoeira Simão Correia10,27 Km4:40515 m - 733 m516 m523 m
Alt.(min - max) = Altitudes mínima e máxima do trecho
G.E.A. = Ganho de elevação acumulado
P.E.A. = Perda de elevação acumulada
Por: Ângelo Vimeney
Publicado em: 18/09/2024
Última atualização: 19/09/2024

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