Travessia da Serra Negra
Parque Nacional do Itatiaia, MG/RJ
2 dias - set/2016

Junto à Ruy Braga e ao Rancho Caído, a Travessia da Serra Negra compõe as 3 travessias clássicas do Parque Nacional do Itatiaia (PNI). A caminhada começa na parte alta do Parque Nacional, descendo em direção ao povoado de Maromba. Possui cerca de 28 Km de extensão total, com 1300 metros de aclive acumulado e 2500 metros de declive acumulado. Tradicionalmente, é realizada em dois dias, com um pernoite no povoado do Matão. O primeiro dia, com 16 Km, concentra grande parte do aclive e declive acumulado. Consiste, basicamente, numa descida progressiva até o Matão, com visual de diversas formações interessantes do planalto do Itatiaia. O segundo dia se inicia com uma subida forte na saída do Matão (quase 500 metros de ganho de elevação) e, depois, um descida constante até Maromba.

Perfil altimétrico da Travessia da Serra Negra
Perfil altimétrico da Travessia da Serra Negra

Realizei a travessia na companhia de alguns amigos em setembro de 2016. Como de costume, além das fotografias e da gravação do tracklog, na ocasião fiz algumas anotações para referência futura. Quase 10 anos se passaram sem que a minha primeira travessia no PNI ganhasse seu artigo no blog. Ainda que tardiamente, compartilho com carinho nesse artigo os dados e impressões que registrei.

Roteiro

16/09 - Rio → Itamonte

Visual do Circuito dos 5 Lagos. Ao fundo, no último plano, a Pedra do Sino de Itatiaia, a Pedra do Altar e Agulhas Negras
Visual do Circuito dos 5 Lagos. Ao fundo, no último plano, a Pedra do Sino de Itatiaia, a Pedra do Altar e Agulhas Negras

Partida do Rio de Janeiro, com destino ao Hostel Picus, em Itamonte, onde fizemos o pernoite antes da travessia. Às 17:45 estávamos abastecendo o carro na Praça da Bandeira, no Rio. Pegamos muito trânsito na estrada. Paramos para um breve jantar no restaurante Bucaneiro em Penedo. Chegamos no Hostel Picus às 00:40.

17/09 - Marcão → Matão

Deixamos os carros estacionados no hostel e fizemos o deslocamento de van (Sr. Aildo) do Hostel Picus até a portaria do Parque Nacional – o chamado "Posto Marcão". Apresentamos os ingressos que haviam sido comprados com 1 mês de antecedência. Iniciamos a caminhada ali mesmo, às 9:40, tomando a trilha do "Circuito dos 5 Lagos". Para quem faz o pernoite dentro do parque, no Abrigo Rebouças, não é necessário retornar até a portaria. Existe uma outra trilha que sai do abrigo e se conecta à Serra Negra por um traçado bem interessante também. Chegamos no Matão às 16:30. Pernoitamos na Pousada da Dona Sônia.

18/09 - Matão → Maromba → Rio

Saída do Matão às 09:00. Chegada no Poção de Maromba às 14:05. Caminhamos por mais 15 minutos na estrada até a pracinha de Maromba, onde a van no pegou para nos levar de volta ao Hostel Picus. Saímos de Maromba às 16:00 e chegamos ao Picus às 18:00. Pegamos os carros e deixamos Itamonte às 18:15 em direção ao Rio. Chegamos às 22:15.

Valores e contatos

Passando pela Cachoeira 5 Lagos
Passando pela Cachoeira 5 Lagos
  • Entrada no parque: R$ 22,50 por pessoa (R$ 15 de entrada + R$ 7,50 com 50% de desconto no segundo dia)
  • Hostel Picus: R$ 40 (no quarto coletivo. Cobram R$ 50 por pessoa no quarto de casal)
  • Van do Sr. Aildo: R$ 700
  • Camping na Dona Sônia: R$ 30 por pessoa
  • Jantar na Dona Sônia: R$ 23,00 por pessoa
  • Chalé incluindo jantar e café da manhã: R$ 110 por pessoa
  • Pedágios: são dois pedágios de R$ 13,80 cada na Via Dutra
  • Dona Sônia: (35) 99 965 6515
  • Sr Aildo: (24) 7835 2068 / (24) 3354 4724

Notas da excursão

Visual da Pedra do Altar a partir do Circuito dos 5 Lagos
Visual da Pedra do Altar a partir do Circuito dos 5 Lagos
  • Ao chegar no Picus, a porta da garagem estava fechada. Os integrantes do grupo que já haviam se hospedado anteriormente disseram que bastava abrir o portão e entrar. Fizemos isso, nos instalamos nos quartos que estavam disponíveis. Por volta de 01:40, o Alex, rapaz que agora ajuda no Hostel, nos procurou nos quartos para que nos identificássemos. No dia seguinte pela manhã, o Felipe (um dos donos) disse que agora eles tem um interfone na porta que deve ser acionado quando chegarmos. Precisamos também pagar pela diferença referente aos quartos de casal que ocupamos indevidamente.
Visual da Pedra do Sino de Itatiaia após deixar o Circuito dos 5 Lagos
Visual da Pedra do Sino de Itatiaia após deixar o Circuito dos 5 Lagos
  • Nos Hostel Picus, não é mais permitido estacionar dentro da garagem. Eles transformaram o espaço num muro de escalada. Os carros precisam ficar estacionados do outro lado da estrada, numa área descampada bastante espaçosa. Apesar da facilidade para estacionar, os carros ficam sem qualquer supervisão, na estrada pouco movimentada.
  • A Pousada da Dona Sônia se chama Pousada Picu da Serra Negra, e tem acesso por estrada de terra. Possui 3 chalés, um deles com aquecedor à gás, os outros dois com chuveiros elétricos. Dois possuem camas de casal. Os três contam com outras camas. Parte do grupo acampou e outra parte usou os quartos. O grupo gostou das acomodações.
Deixando para trás a Cachoeira do Aiuruoca rumo ao Matão
Deixando para trás a Cachoeira do Aiuruoca rumo ao Matão
  • O jantar e café da manhã na Dona Sônia foram muito bons, valem a pena o valor cobrado.
  • Quanto ao acampamento na Dona Sônia: Embora o terreno seja bem espaçoso, é muito desnivelado. Então, as posições disponíveis para as barracas ficam realmente muito restritas. Em frente à casa principal, existe espaço para duas barracas de duas/três pessoas cada. Nos fundos do chalé, na parte mais baixa do terreno, há espaço para mais uma barraca de duas pessoas. No entanto, para usar este espaço é interessante que o mesmo grupo esteja ocupando este chalé, por uma questão de maior privacidade. Além disso, o banheiro disponível para quem está na barraca fica na casa principal, na parte mais alta do terreno. Ou seja, ao organizar a logística da excursão, é bom se certificar de quantas pessoas pretendem acampar e verificar a disponibilidade com a Dona Sônia.
Chegando ao povoado do Matão
Chegando ao povoado do Matão
  • Inicialmente, eu imaginava que bastaria colocar as barracas na mochila e partir para a travessia, procurando um local para o pernoite ao chegar no Matão. Chegando lá, verifiquei que a Dona Sônia é bastante estruturada e organizada, sendo arriscada a chegada sem ter feito a prévia comunicação e reservas. Observando as outras propriedades no entorno, não tive a impressão que estariam dispostas e/ou estruturadas para receber grupos. Ou seja, partir para a travessia da Serra Negra sem ter feito o prévio agendamento com a Dona Sônia não parece uma boa ideia.
Acampando na Pousada da Dona Sônia, no Matão
Acampando na Pousada da Dona Sônia, no Matão
  • O Sr. Aido da van nos atendeu muito bem. Foi pontual tanto para nos buscar no Picus quanto para nos buscar em Maromba. Educado e atencioso. Recomendo para uma próxima excursão.
  • Marcar o ponto de encontro na praça principal de Maromba é bastante conveniente para a Van e para o almoço, mas implica numa caminhada de 1,5 Km na estrada. Outras alternativas a serem avaliadas são o ponto de encontro na cachoeira do escorrega (estrada estreita até lá) ou no Poção.
Visual da Pedra Grande a partir da Pousada da Dona Sônia
Visual da Pedra Grande a partir da Pousada da Dona Sônia
  • A trilha é bem sinalizada no primeiro dia de caminhada. Existem bifurcações com placas indicativas e o solo é bem marcado pelo uso. A opção pelo início através da Trilha 5 Lagos foi muito boa, nos permitindo observar a Pedra do Altar e evitando a caminhada desinteressante pela estrada do parque até o início da trilha para as Agulhas Negras. Existem várias opções de água, conforme sinalizadas no tracklog que gravei.
Grupo caminhando no final da manhã do segundo dia
Grupo caminhando no final da manhã do segundo dia
  • A trilha do segundo dia possui muitas bifurcações sem indicações. É recomendável um GPS com um bom tracklog. Ao sairmos da Pousada da Dona Sônia, começamos a andar sobre a estrada de barro. Cruzamos uma ponte simples de madeira e então percebi que havíamos perdido o início da trilha. Só encontrei o início pois estava sinalizado no GPS. Fica um pouco antes desta ponte simples de madeira. Entramos numa trilha fechada, com várias bifurcações, estilo "caminho de rato". Aparentemente, eram trilhas usadas por moradores ou caçadores, cruzadas desordenadamente.
Visual do Pico da Serra Negra no final da manhã do segundo dia
Visual do Pico da Serra Negra no final da manhã do segundo dia
  • No meu tracklog marquei um ponto "bifurcação" onde a trilha "de caçador" em que estávamos se uniu numa trilha bem mais clara e conservada. Embora tenhamos seguido um tracklog de referência, é possível que tenhamos começado a trilha em algum lugar antigo e agora exista um ponto de início melhor. Mas à frente, marquei outro ponto "bifurcação" onde mais uma vez encontramos com uma trilha ainda mais larga e conservada. Seria necessário estudar melhor aquela região para entender o motivo de tantas trilhas e qual é a de fato mais indicada para o percurso. Essa trilha leva ao cume de uma alta montanha, de onde se tem uma boa visão do vale e das montanhas vizinhas. A partir daí, a trilha se torna bem clara, porém destruída pelas motos off-road. Ainda assim, surgem bifurcações sem sinalização.
Caminhando por dentro das crateras escavadas pelas motos off-road
Caminhando por dentro das crateras escavadas pelas motos off-road
  • No segundo dia, existe uma bifurcação em especial, que é importante de ser observada. Perdemos bastante altitude, já nos aproximando das propriedades próximas de Maromba. A trilha está bem definida e segue em frente, com uma bifurcação para a direita. Parte do grupo seguiu o fluxo que parece mais natural, que é seguir em frente. Haviam motociclistas off-road logo à frente. No entanto, o correto é virar a direita, para finalizar a descida em direção à Maromba.
  • No segundo dia, praticamente não há água na trilha. O único ponto de água está sinalizado no tracklog, e fica já bem próximo de Maromba. Importante sair da Dona Sônia com bastante água. Antes deste ponto, passamos por uma placa indicando uma trilha de 50 metros para acesso à água. Tentamos seguir esta trilha um pouco, mas se tratava de um barranco super íngreme, com deslocamento extremamente lento. Acabamos desistindo nos primeiros 10 metros e retornamos para a trilha principal.
  • Ao final da travessia, é importante lembrar de depositar em Visconde de Mauá, o canhoto da autorização para realização da travessia.

Download

Clique aqui para fazer o download do tracklog gravado durante a travessia.

Por: Ângelo Vimeney
Publicado em: 01/03/2025

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