Travessia Igatu x Lençóis
Chapada Diamantina, Bahia
6 dias - abr/2017

Roteiro

Consultando o mapa
Consultando o mapa

Nossa viagem foi realizada no outono de 2017, de 27/04 até 04/05. O primeiro e último dia foram dedicados ao deslocamento do Rio de Janeiro para a Chapada Diamantina e da Chapada de volta para o Rio. Nos seis dias de travessia percorremos 77,5 Km de trilhas desde a cidade de Igatu até a cidade de Lençóis. Começamos descendo até os canyons dos rios Paraguaçu e Pati, depois cruzamos o Vale do Pati pela trilha do Calixto. Passamos pelo Bomba, Vale do Capão e pela Cachoeira da Fumaça por cima. Descemos para a Toca do Macaco, visitamos a Fumaça por baixo, Cachoeira da Capivara, Palmital e seguimos para Lençóis cruzando a Serra do Veneno.

O percurso de Igatu até o Vale do Pati foi feito utilizando trilhas muito pouco usadas ou inexistentes (leito dos rios). Do Pati até o Capão utilizamos uma trilha mais frequentada, porém não tão popular quanto às Gerais do Rio Preto. A trilha da Fumaça por cima é muito conhecida. Todo o trecho em seguida, ou seja, desde a descida para a Toca do Macaco até Lençóis foi feito por trilha relativamente pouco frequentada e leito de rio. A sinalização das trilhas é precária ou inexistente. Muitos trechos incluem caminhadas em canyons sujeitos à cheias repentinas (“cabeças d'água”). Os pernoites foram feitos em bivaque, acampamento selvagem, acampamento semi estruturado e estruturado. Não tente repetir o roteiro abaixo sem o acompanhamento de um guia, a menos que você realmente saiba o que está fazendo.

Dia 1) Rio de Janeiro → Igatu

Às 8:00 embarcamos do Rio de Janeiro com destino à Salvador. Em menos de três horas chegamos ao destino. Almoçamos no aeroporto e às 13:00 estávamos decolando no voo para Lençóis. Pouco depois das 14:00 já estávamos carregando nossas cargueiras no bagageiro do jipe que contratamos para nos conduzir até Igatu. Cerca de uma hora e meia depois chegamos no abrigo Xique-Xique. Aproveitamos o resto do dia para descansar e fazer os últimos ajustes nas mochilas para o dia seguinte.

Dia 2) Igatu → Lajeado no Rio Pati

Vale do Pati visto da Rampa do Caim
Vale do Pati visto da Rampa do Caim

O plano para este dia era caminhar do Abrigo Xique-Xique, no centro de Igatu até a Toca do Guariba, na margem do Rio Pati. O primeiro passo foi alcançar a Rampa do Caim. Este é um dos pontos de visitação mais interessantes da cidade de Igatu. Trata-se de belo mirante de onde é possível contemplar grande extensão do Vale do Pati, com suas formações rochosas mais famosas à longa distância. Lá de cima também se vê as águas do Rio Pati serpenteando por dentro do Vale, tal como o Rio Paraguaçu que corre logo abaixo das encostas íngremes do mirante. Para chegar no topo da Rampa, são cerca de 6,5 Km de percurso. A trilha, bastante exposta ao sol, corta o cerrado passando por tocas usadas por antigos garimpeiros. O solo pedregoso dificulta a leitura da trilha. É necessário atenção para se manter na trilha correta. Logo no início da trilha, chegamos num campo de futebol. Ali seguimos direto por uma trilha que vai para a Gruna do Brejo. Tivemos que retornar e tomar à direita no campo de futebol, que é a trilha correta para a Rampa.

Rio Paraguaçu
Rio Paraguaçu

Após alcançar o topo da Rampa do Caim, nosso plano previa a descida até o leito do Rio Paraguaçu. O desnível é de 500 metros, vencidos em apenas 1,5 Km de trilha. Não é necessário uso de corda, nem foi preciso tirar as cargueiras das costas para vencer os obstáculos. Mas o trecho é muito íngreme. Exige atenção e calma para o bem dos joelhos e para evitar escorregões. Ao alcançar o Rio Paraguaçu, seguimos o seu fluxo até o encontro com o Rio Pati. Naquele ponto, tomamos a direita, deixando o Paraguaçu e começando a andar contra o fluxo do Rio Pati, em direção ao Vale do Pati.

Tanto o Paraguaçu quanto o Pati são rios largos, confinados em canyons imponentes e possuem o leito coberto por grandes pedras. Até a chegada na Toca do Guariba não existem trilhas nas margens. O percurso consiste em saltar de pedra em pedra buscando as melhores passagens e evitando os grandes poções. Não foi necessário entrar na água em nenhum momento, mas este certamente foi o dia mais duro da nossa travessia. Encontrar os pontos de passagem não é trivial. No meio do rio se concentram os grandes poções e nas margens ficam os blocos de pedras maiores, bloqueando a passagem. Frequentemente precisamos escalar estes blocos para continuar. O dia rendeu várias canelas raladas e hematomas.

Lutando contra o leito do Rio Pati
Lutando contra o leito do Rio Pati

Com as cargueiras lotadas de equipamento e comida para os 6 dias de caminhada, com o forte calor que passamos ao longo de todo o dia, e após saltar vários quilômetros de pedra, a Toca do Guariba parecia que não iria chegar nunca. Às 17:45, após 10,5 horas de caminhada, nos rendemos ao Rio Pati e decidimos pernoitar no seu leito. À esquerda havia um lajeado bastante irregular, ligeiramente sobrelevado. Alguns aproveitaram a noite de céu aberto para dormir ao relento. Outros se esforçaram para conseguir um espaço na laje grande o suficiente para montar suas barracas.

Dia 3) Lajeado no Rio Pati → Prefeitura

Acordando no Rio Pati
Acordando no Rio Pati

Às 7:45 recomeçamos nossa caminhada. Precisávamos vencer os 2,6 Km de leito restantes até a Toca do Guariba para completar a meta do dia anterior. Apesar de muito trabalhoso, o trajeto no leito dos rios é fascinante. Em alguns momentos olhávamos para trás e conseguíamos avistar, no alto do canyon, a árvore peculiar que marca o topo da Rampa do Caim, de onde viemos. Estes quilômetros finais até a Toca do Guariba foram difíceis, não teria sido simples vencê-los durante a noite, caso tivéssemos prosseguido. Foi também neste trecho final que passamos pelos poções mais bonitos. Infelizmente ainda tínhamos um dia inteiro de caminhada pela frente e não pudemos aproveitá-los mais.

Partindo da casa do Jóia
Partindo da casa do Jóia

Finalmente, às 9:45, conseguimos chegar na Toca do Guariba. Após um descanso, seguimos viagem para o Vale do Pati. Deste ponto em diante, existe uma trilha na margem direita verdadeira do Rio Pati. A trilha é bem sobrelevado com relação ao leito do rio. Ela começa bem junto à Toca. Logo depois da saída, pegamos indevidamente uma bifurcação à esquerda que parecia levar para algum ponto dentro do canyon do Guariba. Retornamos e seguimos à direita prosseguindo em paralelo ao Rio Pati. Às 12:30 chegamos na casa do Sr. Jóia. Infelizmente não pudemos conhecê-lo pois ele não estava em casa. Mas fomos muito bem recebidos pela Dona Leu, sua esposa, que nos preparou um delicioso suco de maracujá.

Chegada no Poço da Árvore
Chegada no Poço da Árvore

Seguimos pela trilha na margem direita verdadeira do Rio Pati, passamos direto pela bifurcação para casa do Sr. Eduardo e seguimos em direção à Prefeitura do Pati. Deu saudade da minha primeira passagem por este trecho há 1 ano e meio, indo visitar o Cachoeirão por Baixo. Cerca de 30 minutos antes da Prefeitura, fizemos uma parada na Toca do Biu e no Poço da Árvore, bem ao lado. A Toca é bem grande e o poço muito bonito. Foi irresistível um banho para comemorar nossa chegada no interior do Vale.

Conserto improvisado da bota
Conserto improvisado da bota

Chegamos na Prefeitura em torno das 16:00. Montamos acampamento no amplo gramado bem em frente à casa do Jaílson, com a bela vista do Morro do Castelo. Antes do jantar precisamos resolver um problema: a sola da bota de um dos participantes vinha sendo mantida a base de silvertape desde o dia anterior. Aproveitamos que ainda tínhamos luz do sol para fazer um reparo improvisado utilizando cordeletes. Ela precisaria aguentar pelo menos até o Vale do Capão, onde nosso amigo poderia tentar um reparo melhor ou teria que abortar a viagem.

Dia 4) Prefeitura → Vale do Capão

Começamos a caminhar às 7:30. Teríamos quase 20 Km de percurso até o Bomba, via Cachoeira do Calixto, o dia com a maior distância a ser vencida. A trilha sai da Prefeitura contornando o Morro Do Castelo pela direita e ganhando bastante altitude. Faz uma breve descida na Cachoeira do Calixto e, imediatamente após a cachoeira, apresenta novamente um grande ganho de elevação a ser vencido. As coisas só ficam mais fáceis após uns 8 Km de percurso, quando atingimos o alto das gerais. Dali pra frente o tempo passa rápido enquanto a visão se perde nas horizonte distante. Estas gerais foram um dos pontos mais marcantes da viagem. As nuvens altas bloqueavam o sol forte mas permitiam a contemplação do belíssimo visual. Afastadas por 4 Km de vale, observamos ao longe o paredão das gerais do Rio Preto. As gerais do Rio Preto foram o caminho por onde acessei o Pati em 2015. Daquele outro lado, se tem um visual igualmente encantador.

Cachoeira do Calixto
Cachoeira do Calixto

A Cachoeira do Calixto também foi um ponto alto do dia. A Cachoeira é muito bonita e possui um grande poço para banho. Não resistimos a um mergulho ali, mas não nos demoramos demais pois tínhamos um dia longo pela frente. Por conta da limitação de tempo, deixamos para trás também duas cachoeiras anteriores à Calixto, que encontrei identificadas num tracklog por “Degraus” e “Palmito”. Não chegamos nem a avistá-las durante o percurso. Precisaremos de uma nova viagem à Chapada para explorá-las.

Nas gerais rumo ao Vale do Capão
Nas gerais rumo ao Vale do Capão

Graças ao bom desempenho no trecho das gerais, acabamos chegando no Bomba bem antes do previsto. Aproveitamos para tomar banho num poço bem próximo ao término da trilha. Finalizamos às 16:10. Nosso translado para o Vale do Capão estava agendado para as 17:00. Tomamos uma cervejinha comemorativa no bar bem no final da trilha, aguardando o transporte. Após 6,5 Km de estrada de terra, chegamos no camping Gorgulho, no Vale do Capão. Nosso amigo foi atrás do sapateiro da cidade para consertar sua bota. Jantamos mais uma vez na imperdível pizzaria do Tômas e encerramos o dia com a boa notícia de que a bota havia sido consertada.

Dia 5) Vale do Capão → Toca do Macaco

Saímos do camping Gorgulho às 07:30 em direção à trilha da Cachoeira da Fumaça por cima. Percorremos o pequeno trecho de estrada de terra até a torre metálica que fica bem no início da trilha. Percorremos os 1,5 Km de subida íngreme até o planalto que conduz até o topo da Cachoeira da Fumaça. Com mais 3,5 Km de caminhada no plano estávamos fotografando o belo canyon da Fumaça. A cachoeira estava praticamente seca, mas ainda assim o visual do canyon é compensador.

Vale do Capão visto da trilha da Fumaça
Vale do Capão visto da trilha da Fumaça

Após visitar os dois lados do mirante e um bom bate papo com o Sr. Paulo (vendedor de sucos e refrigerantes que leva seus produtos nas costas para vendê-los lá em cima) retornamos um pouco na trilha para tomar a bifurcação que conduz para a parte de baixo da cachoeira. Saindo do ponto de interseção das trilhas que levam aos dois lados do mirante, a bifurcação fica à esquerda, 100 metros depois. Inicialmente, entramos numa trilha com mato muito fechado e percebemos que estávamos no lugar errado. Seguimos mais alguns poucos metros pela trilha principal e entramos à esquerda novamente. Aí sim estávamos na trilha correta, mais clara, com vegetação mais espaçada.

Cachoeira da Fumaça seca
Cachoeira da Fumaça seca

O destino desta trilha é o leito do Rio Capivara, 600 metros de elevação abaixo. Ela se inicia perdendo altitude gradativamente, até alcançar o paredão do canyon do Rio Capivara. Daí pra frente o declive é muito acentuado. A descida precisa ser feita com cautela. Não é necessário o uso de cordas, mas em algumas passagens, tiramos as cargueiras das costas para desescalar os obstáculos com mais segurança. Em vários momentos a trilha fica bem estreita, em solo instável, de um lado colada à encostas rochosas e do outro na beirada de um barranco. Definitivamente uma trilha não recomendada para dias chuvosos. De toda a travessia, esta descida foi o momento mais tenso. Imaginei que se alguém se machucasse ali, estaríamos uma situação bem delicada.

Para piorar, a água não é abundante neste trecho. Lembro de um pouco de água no início da trilha e, novamente, apenas quando estavam faltando 700 metros para a Toca do Macaco. Neste ponto a água era bem fresca e mais clara do que a que pegamos no Rio da Fumaça, porém ela escorre pela parede de rocha, sendo necessária paciência para conseguir encher as garrafas nos pontos de gotejamento. Chegamos na Toca do Macaco às 14:25, após três horas de descida desde a bifurcação na trilha principal da Fumaça. Ela fica bem no encontro do Rio da Fumaça com o Rio Capivara. Montamos o acampamento na margem esquerda verdadeira do Rio da Fumaça, onde existe uma área para as barracas melhor do que na Toca.

Dia 6) Toca do Macaco → Acampamento Palmital

Vértice do Canyon da Fumaça
Vértice do Canyon da Fumaça

Na noite anterior cozinhamos nas lajes que margeiam o Rio da Fumaça. Depois nos deitamos sobre a rocha e ficamos observando as estrelas até que nuvens baixas chegaram e fecharam nossa visão. O céu amanheceu encoberto, um chuvisco discreto caiu enquanto preparávamos o café da manhã. Postergamos nossa saída rumo ao poço da Fumaça para acompanhar a evolução das condições meteorológicas. O céu permaneceu fechado, porém estável. Às 7:50 decidimos arriscar a caminhada por dentro do canyon até o poço. Deixamos o acampamento montado aguardando nosso retorno. Finalmente uma trilha apenas com nossas mochilas de ataque.

A trilha até o poço é muito bonita, meio à mata densa e preservada, sempre à margem direita verdadeira do Rio da Fumaça. É necessário andar com atenção às pedras e raízes expostas ao longo de todo o percurso. Mas o progresso é incomparavelmente mais rápido do que sobre as pedras do Rio Pati. No final do trecho, um breve trepa pedras leva ao poço da segunda cachoeira mais alta do Brasil. Chegamos às 9:30 no poço e permanecemos lá por cerca de uma hora, observando o vértice do canyon bem na nossa frente. Trezentos e quarenta metros acima de nós, a borda do canyon. Com a seca, mal podíamos notar lá em cima um pequeno spray com a água do Rio da Fumaça. Ainda assim, a magia do local nos encantou.

Chegamos de volta ao acampamento ao meio dia, desmontamos as barracas e partimos em direção ao acampamento Palmital ainda com o tempo fechado. Mais uma vez, nos vimos saltando de pedra em pedra, agora pelo leito do Rio da Capivara. O deslocamento é trabalhoso. Em uma hora percorremos 2 Km de trilha e alcançamos uma das cachoeiras mais bonitas da travessia: A Cachoeira da Capivara. A trilha alcança a cachoeira pelo seu topo, num local com visual lindíssimo. Não tínhamos tempo suficiente para o curtir o poção que se forma em baixo, mas ainda assim alguns aproveitaram para tomar um banho na parte de cima da cachoeira.

Cachoeira da Capivara
Cachoeira da Capivara

A trilha desce pela margem esquerda verdadeira e segue pelo Rio Capivara por mais 300 metros até virar bruscamente para a esquerda. Neste ponto ela começa subir paralela ao Rio Palmital, num trecho bastante íngreme com direito à escalaminhada. Novamente, sem necessidade de cordas, mas tirar as cargueiras pode dar uma ajuda. A chuva nos pegou no momento em que deixamos o leito do Rio Capivara. Chegamos no acampamento Palmital às 15:20, sob uma chuva fina. Montamos as barracas e não resistimos à uma visita à Cachoeira do Palmital, apenas à 250 metros do acampamento. A Cachoeira Palmital é bem bonita e tem um poço bom para o banho. A chuva apertou no retorno para o acampamento. Ficamos protegidos dentro das barracas aguardando uma oportunidade para o jantar. A chuva cedeu por tempo o suficiente apenas para a janta e logo voltou. Felizmente agora só precisávamos descansar para o dia seguinte e nada melhor do que dormir com o som da chuva.

Dia 7) Acampamento Palmital → Lençóis

Ao acordarmos ainda chovia. Ficamos aguardando uma trégua para preparar o café da manhã. O tempo nos ofereceu uma janela apenas suficiente para o café. Terminamos de desmontar o acampamento já com chuva e começamos a trilha rumo à Lençóis às 7:40. A trilha se inicia ganhando elevação até alcançar a Toca da Onça. A toca é bonita, mas com as nuvens baixas e a chuva que caía não conseguimos ter sequer noção do visual. Depois da Toca da Onça, perde um pouco de elevação entrando num vale onde passa o Córrego da Muriçoca. Local muito bonito, com clima de bosque de conto de fadas.

Atravessando o Ribeirão do Meio
Atravessando o Ribeirão do Meio

Após o córrego, caminhamos 1 Km na última subida da travessia, atingindo um colo na parte alta da Serra do Veneno. Eram 9:55. Com mais meia hora de caminhada, chegamos um descampado com solo exposto, muito rochoso. Caminhamos por cinco minutos na trilha correta e acabamos tomando uma esquerda indevidamente (veja no tracklog). Gastamos vinte minutos procurando um ponto para atravessar uma fenda no terreno bem na nossa frente, até percebermos que precisávamos apenas ter seguido em frente há umas dezenas de metros atrás. Acredito que com o céu aberto, nesta região já seja possível observar a cidade de Lençóis ao longe, o que facilitaria a orientação. Retomada a trilha correta, mais 7 Km de descida até a cidade de Lençóis.

Lençóis vista da Serra do Veneno
Lençóis vista da Serra do Veneno

Com o tempo muito fechado, perdemos grande parte do visual deste dia. Às 11:40 descíamos o enorme lajeado da Serra do Veneno, rumo ao Ribeirão do Meio. Paramos para um lanche e finalmente tirar os anoraks. O céu ainda tinha muitas nuvens, mas a chuva havia parado. Nesse momento, já conseguíamos ter uma bonita visão de Lençóis ao longe. Às 12:20, atravessamos o leito do Ribeirão do Meio e começamos a encontrar com pessoas, sinal de que nossa travessia se aproximava do fim. Chegamos na Pousada da Rita às 13:20, muito felizes por ter completado nosso roteiro. Usamos o resto do dia para descansar, limpar e secar o equipamento molhado. Com o céu encoberto, estávamos receosos de que o nosso avião no dia seguinte não conseguisse chegar ou sair do pequeno aeroporto de Lençóis.

Dia 8) Lençóis → Rio de Janeiro

Passeando nas ruas de Lençóis
Passeando nas ruas de Lençóis

O dia amanheceu com sol e temperaturas mais elevadas. Apesar de algumas nuvens insistentes já se via bastante céu azul. Alguns preferiram relaxar na pousada, outros aproveitaram para caminhar e tirar algumas fotos nas ruas da cidade. O medo do voo ser cancelado agora parecia infundado. Ao meio dia nosso translado chegou e nos deixou no aeroporto. Despachamos nossa bagagem e ficamos conversando sentados no piso do andar superior. O horário do voo chegou e nenhum sinal do embarque. Em pouco tempo veio a notícia do cancelamento do voo. Uma densa camada de nuvens de altitude mediana havia tomado por completo o céu da cidade. Fomos informados de que o nosso avião chegou a sair de Salvador mas não teve condições de aterrissar em Lençóis para nosso embarque.

Em resumo, terminamos numa van oferecida pela Azul para transportar os passageiros até o aeroporto de Salvador. Nossa viagem de uma hora de avião se transformou numa viagem de 6 horas na estrada. Tivemos que remarcar nosso voo para o Rio de Janeiro para a madrugada seguinte. Dormimos no chão do aeroporto de Salvador e às 6:20 da manhã do dia seguinte estávamos finalmente voando de volta para casa.

Resumo das trilhas

DiaTrilhaDistânciaTempoD.M.G.E.A.P.E.A.
Dia 2Igatu – Lajeado no Rio Pati12,8 Km10:35433 m - 957 m564 m812 m
Dia 3Lajeado no Rio Pati – Prefeitura12,3 Km08:10515 m - 803 m785 m544 m
Dia 4Prefeitura – Bomba19,4 Km08:40778 m - 1301 m1107 m956 m
Dia 5Vale do Capão – Fumaça por cima6,4 Km02:20900 m - 1322 m504 m122 m
Visitação na Fumaça1 Km01:151261 m - 1289 m150 m150 m
Fumaça por cima – Toca do Macaco4,5 Km03:50689 m - 1289 m144 m734 m
Dia 6Fumaça por baixo6,8 Km04:40674 m - 879 m315 m315 m
Toca do Macaco – Palmital3 Km02:45586 m - 718 m209 m172 m
Cachoeira do Palmital0,5 Km00:50705 m - 723 m23 m23 m
Dia 7Palmital – Lençóis10,8 Km05:40395 m - 845 m515 m820 m
D.M. = desnível máximo
G.E.A. = ganho de elevação acumulado
P.E.A. = perda de elevação acumulada
Por: Ângelo Vimeney
Publicado em: 22/06/2017
Última atualização: 14/08/2017

Comentários


Mais uma vez o anjo chamado Ângelo nos ajudando! Gratos pelo relato e compartilhamento de informações. Foi de grande valia para desfrutarmos desta trilha incrível. Grande Abraço!!!
É um prazer ajudar! Que bom que vocês também repetiram o percurso! Abração!
Relato muito bom. A viagem deve ter sido show.
Valeu Fialho! A viagem foi maravilhosa!

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