Fechados x Lapinha da Serra
Cordilheira do Espinhaço, MG
6 dias - mai/2022

As visitas anteriores à região da Serra do Cipó haviam me despertado o interesse em explorar ainda mais o nosso Cerrado. No início de 2020, comecei a esboçar um novo roteiro em Minas Gerais, envolvendo a região de Altamira, São José da Serra, possivelmente incluindo também a travessia Extrema x Fechados. Em março, começava a reunir o grupo que realizaria a excursão para região no final de junho. Ninguém poderia imaginar que os planos precisariam ser adiados por dois anos, por conta da pandemia de COVID-19. No início de 2022, com a situação muito mais controlada, decidi retomar a organização dessa viagem.

Deixando a Serra do Intendente, rumo à Cachoeira Bicame, no quarto dia de travessia.
Deixando a Serra do Intendente, rumo à Cachoeira Bicame, no quarto dia de travessia.

No novo planejamento, acabei deixando de fora a região de Altamira e São José da Serra, mantendo o foco na região ao norte da Serra do Cipó. A ideia seria percorrer um trecho de cerca de 76 Km na Cordilheira do Espinhaço, partindo de Fechados até Lapinha da Serra, em 6 dias de caminhada. O percurso seria a união de duas travessias relativamente pouco exploradas: a travessia Fechados x Extrema e a travessia Extrema x Lapinha da Serra. Estudando a região, verifiquei que existem diversas formas de realizar esse percurso. Optamos pelo trajeto situado mais ao leste, seguindo em direção à Extrema. Faltando poucos quilômetros para a chegada nesse povoado, nos manteríamos na serra, seguindo pelo Parque Estadual a Serra do Intendente, passando pela Cachoeira Bicame, para finalmente chegar na Lapinha. Não é o trajeto mais curto entre Fechados e Lapinha, mas nosso objetivo era conhecer o máximo da região, e passar pelos diversos atrativos que esse percurso tinha para oferecer.

Mais um belo visual panorâmico da partida da Serra do Intendente no quarto dia de travessia.
Mais um belo visual panorâmico da partida da Serra do Intendente no quarto dia de travessia.

O período de isolamento na pandemia interrompeu muitos sonhos e exigiu de todos muita paciência e resiliência. Foi um período de muitas restrições, inclusive para a prática esportiva. Foi necessário improvisar e adaptar, tanto a forma, quanto os locais de treino. Além das adaptações, foi também necessária muita determinação para continuar se preparando, mesmo sem saber quando poderíamos novamente organizar uma grande excursão. Grandes excursões sempre trazem algum grau de apreensão. Sempre têm algo novo, e sempre contém um componente de inesperado. Depois de tanto tempo sem caminhar longas distâncias, sobretudo com cargueiras lotadas nas costas, todo o grupo estava bastante apreensivo para esse desafio. Conforme se aproximava a data, intensificamos o treinamento e fomos especialmente cautelosos no planejamento, para ajustar as distâncias a serem percorridas e a carga a ser transportada.

Sempre vivas entre a Cachoeira Bicame e Lapinha da Serra no sexto e último dia de travessia.
Sempre vivas entre a Cachoeira Bicame e Lapinha da Serra no sexto e último dia de travessia.

A viagem para o Espinhaço em 2022 foi extremamente simbólica. Em primeiro lugar, pela enorme alegria de poder estar de volta com os amigos nas montanhas. Depois, por ser o fruto saboroso colhido após dois anos de esforço em meio a um período extremamente sombrio. Por fim, por ser a concretização daquele mesmo planejamento que havia sido subitamente interrompido dois anos atrás. Para ficar ainda mais especial, a excursão correu sem nenhum incidente, numa janela climática excelente para apreciarmos toda a beleza do lugar. O grupo se saiu muito bem. Voltamos confiantes para as próximas excursões pós pandemia, e com a esperança de que nossa rotina de montanhismo continuará sendo retomada cada vez com mais tranquilidade.

Roteiro

Visual da Cachoeira Bicame
Visual da Cachoeira Bicame

Sem possuirmos experiência prévia na região, a montagem do roteiro se baseou exclusivamente em relatos e tracklogs de outros montanhistas. Ambas as fontes de informações se apresentaram em número limitado, e registravam formas bem diferentes de realizar o percurso. Foi necessário estudar as diferentes alternativas e tentar montar um quebra-cabeças com os dados encontrados. Uma premissa que tentamos conciliar, foi realização da travessia em cerca de uma semana de caminhada. Como mencionei antes, parecem existir traçados mais curtos para realizar tanto a Fechados x Extrema, quanto a Extrema x Lapinha, mas como tínhamos uma janela de tempo folgada para explorar a região, preferimos ampliar a quilometragem, conhecendo mais da região, com mais calma.

Ficamos bastante satisfeitos com o nosso roteiro. É difícil dizer qual foi o ponto mais bonito. As cachoeiras Bicame, Samambaia e Horizonte certamente seriam ótimas candidatas. Porém, creio que o mais marcante nessa excursão não seja um local em particular. O mais marcante, inclusive, não é fácil de ser descrito ou capturado pelas lentes das câmeras. O melhor dessa travessia é a sensação de amplitude e liberdade. A vegetação baixa do Cerrado permite sempre um campo aberto de visão. As montanhas ficam constantemente nos envolvendo por todos os lados e nos trechos mais elevados, se perdem no horizonte. Um tipo de cenário bastante diferente do que estamos acostumados a experimentar nas caminhadas na Mata Atlântica.

No final, achamos que as escolhas que fizemos foram bem acertadas. A seguir, na seção de Dados e Downloads disponibilizo o tracklog do nosso percurso, além dos tempos e quilometragens percorridas em cada dia. Na página do diário da viagem descrevo em detalhes o dia a dia da excursão. E as cartas topográficas que foram preparadas para a excursão também podem ser úteis para quem quiser entender o melhor o nosso roteiro.

Transportes

Na estrada a caminho de Fechados
Na estrada a caminho de Fechados
Foto: Alexandre Ciancio

Com base nas experiências anteriores na região do Cipó, já sabíamos que a forma mais cômoda e eficiente para acessar a região seria voar para Confins, e contratar algum serviço de transporte para nos levar de Lagoa Santa para o início da trilha. Porém, com a alta dos preços das passagens aéreas, e com um grupo pequeno para dividir os custos de transporte, optamos por vencer os maiores deslocamentos de ônibus, e contratar transportes particulares para completar os trechos menores e menos acessíveis. Em resumo, nossos deslocamentos ficaram da seguinte forma:

Ida

  • Rio de Janeiro → Belo Horizonte: Optamos por sair à noite da rodoviário do Rio visando otimizar o tempo. Para conseguirmos descansar melhor, compramos passagens para o ônibus leito. Foi a primeira vez que viajei num ônibus assim, e a primeira vez que utilizamos a Viação Gipsyy. A experiência foi ótima. Ônibus muito bom. Os assentos mais confortáveis fizeram total diferença na qualidade do sono. Pela primeira vez consegui fazer uma viagem de ônibus dormindo razoavelmente bem. Pagamos R$ 130,00 no trecho. Uma viagem de cerca de 7 horas.
  • Belo Horizonte → Sete Lagoas: Pelo tamanho de Fechados, naturalmente, não existem saídas direto da rodoviária de BH. As opções mais naturais para uma escala intermediária são as cidades de Santana de Pirapama e Sete Lagoas. Escolhemos essa última por ser maior, e assim aumentar nossas chances de conseguir transporte para o percurso final até Fechados. O trecho de 1 hora e 20 minutos de BH até Sete Lagoas foi feito pela Expresso Setelagoano, num ônibus convencional, por R$ 22,50.
  • Sete Lagoas → Fechados: Vasculhamos a Internet em busca de transportes a partir de Fechados e contratamos o serviço do Sr. Farias (31 99986-0676). Combinamos com ele com algumas semanas de antecedência. Ele nos buscou pontualmente na rodoviária de Sete Lagoas e nos levou confortavelmente na sua Doblô verde até Fechados. O percurso total durou 2 horas e 35 minutos, sendo os últimos 40 Km em estrada de terra. Esse pedaço final foi feito em 1 hora e 15 minutos. A estrada estava em estado muito bom. Existem algumas bifurcações até lá. A sinalização fica basicamente por conta da Pousada Águas do Cipó, que instalou placas nos pontos principais. Valor do transporte: R$ 400,00. Recomendamos o serviço do Farias para uma próxima oportunidade. Ele diz ter outros carros também.

Volta

  • Lapinha da Serra → Santana do Riacho: Também não existe ônibus direto de Lapinha para BH. Novamente pesquisamos na Internet, e pedimos ajuda às pousadas na Lapinha para conseguir o contato de algum transporte particular. Para esse trecho encontramos mais opções de motoristas. Porém, eles se mostraram mais resistentes à agendar o serviço com antecedência. Acabamos fechando de véspera com o André (31 8659-4582), que tem uma Palio Weekend. Ele foi super pontual e fizemos o percurso até com ar-condicionado, o que nos poupou de comer um bocado de terra na estrada até Santana do Riacho! A estrada estava um pouco pior do que em Fechados, mas ainda bem razoável, tirando um trecho ou outro com buracos um pouco maiores. O percurso levou apenas 35 minutos. Valor: R$ 120,00. Deixo aqui também registrado o contato do Silvinho (31 8795-8071), que apesar de não ter conseguido nos ajudar com o transporte dessa vez, se mostrou bastante solícito.
  • Santana do Riacho → Belo Horizonte: Sem dúvida foi o trecho mais tortuoso da viagem. Pra começar, a passagem indica saída às 15h, mas o ônibus saiu apenas às 15:30. Depois, ele faz um trajeto não muito direto, e parando praticamente em cada curva da estrada para embarque e desembarque de passageiros. O percurso que poderia levar cerca de 2 horas e 15 minutos, acaba levando quase 4 horas! O trecho foi feito pela clássica Viação Saritur. Felizmente, os ônibus estavam em ótimo estado e até bem confortáveis. Pagamos R$ 34,10 por essas passagens.
  • Belo Horizonte → Rio de janeiro: Novamente optamos pela viagem na madrugada, em ônibus leito. O retorno foi feito pela também tradicional Viação Útil. Veículos de qualidade tão boa quanto a Gipsyy. Novamente consegui dormir razoavelmente bem durante todo o percurso. A saída da rodoviária de BH e chegada na rodoviária do Rio foram bem pontuais. Por essas passagens, pagamos R$ 116,90 por pessoa.

As passagens de ônibus foram compradas através do site ClickBus com quase 3 semanas de antecedência da data de partida. Se tivéssemos realizado a compra algumas semanas antes, teríamos conseguido preços ligeiramente inferiores. Apesar da cobrança de uma taxa de serviço, a compra online foi bastante útil por dispensar a ida prévia à rodoviária e para facilitar nosso embarque. Recebemos por e-mail os bilhetes com QRCode, e pudemos embarcar na saída do Rio de Janeiro e Belo Horizonte mostrando apenas o código na tela do celular. Um dica boa é estar atento a duração das viagens. Existem diversas opções de horários de saída, porém alguns contém mais paradas deixando a viagem mais longa. Fizemos a opção sempre pela menor duração possível.

Hospedagens

Fechados

Estrutura surpreendente da Pousada Águas do Cipó
Estrutura surpreendente da Pousada Águas do Cipó
Foto: Alexandre Ciancio

Como teríamos uma longa viagem do Rio de Janeiro até Fechados, decidimos fazer um pernoite por lá antes de iniciarmos a travessia. Fechados é um minúsculo vilarejo com uma única rua principal, e onde moram entre 30 e 40 famílias, conforme nos contou um morador do local. Encontramos apenas as opções de hospedagem no camping do Luiz (31 9524-3768), ou na Pousada Águas do Cipó. Inicialmente consideramos a opção do camping. Porém, como não existem restaurantes por lá, seríamos obrigados a levar alimentação para almoço e janta desse dia, não bastasse todo o equipamento da travessia. Acabamos preferindo a praticidade da pousada. Ela oferece café da manhã incluso na diária e dá a opção de almoço e janta pagos à parte.

O espaço da pousada é surpreendente. Uma ampla área externa gramada e arborizada, com piscina, sauna, parquinho para as crianças, tudo bem organizado e bem conservado. Seria um local ótimo para passar um final de semana com a família. Toda aquela estrutura chama a atenção até por ser bastante contrastante com toda a simplicidade do vilarejo. No nosso caso, definitivamente não precisaríamos de tanto luxo. Mas como não existia uma opção intermediária, acabamos tendo que pagar pelo pacote completo. A diária saiu por R$ 550 num quarto triplo, e cada um gastou cerca de R$ 36 por cada refeição, com bebidas. Não temos do que nos queixar da estrutura e da simpatia com que fomos recebidos pelo Henrique. Achamos apenas as refeições bem simples, perante toda a sofisticação da estrutura da pousada. De toda forma, é um lugar que voltaríamos numa outra oportunidade.

Lapinha da Serra

Praça de Lapinha da Serra
Praça de Lapinha da Serra
Foto: Alexandre Ciancio

Ao contrário de Fechados, Lapinha é um vilarejo bem mais estruturado para o turismo. Existem dezenas de opções de hospedagem. Inicialmente consideramos o Camping Bromélias, mas novamente a comodidade falou mais alto. Depois de 6 dias de travessia, não precisar desfazer mochilas e montar barraca seria um prêmio mais do que merecido. Escolhemos a Pousada Lapralapa. Localizada próxima ao "centro" da Lapinha, nos permitiria fácil acesso às refeições. A escolha foi bem acertada. A pousada é extremamente bem cuidada, aconchegante, e ainda tem piscina aquecida! O quarto era bem confortável, o café da manhã foi excelente e fomos bem recebidos pela Malu. Pagamos R$ 450 por uma diária num quarto triplo. Certamente repetiríamos a escolha em outra oportunidade.

Clima / Tempo / Água

Terceira noite de travessia, no acampamento Carapinas
Terceira noite de travessia, no acampamento Carapinas
Foto: Alexandre Ciancio

Programamos nossa excursão para o início da estação seca do Cerrado. Assim, evitaríamos as chuvas frequentes e encontraríamos o nível dos rios mais baixos, o que seria especialmente importante para cruzarmos o Rio Preto. Ao mesmo tempo, por se tratar do início da seca, ainda encontraríamos água o suficiente para garantir o nosso abastecimento pelo percurso, e alimentar as cachoeiras. Usando como referência os dados climatológicos da Serra do Cipó, nossa expectativa era de encontrar pouca chuva e temperaturas amenas, entre 15°C e 24°C. Entretanto, a medida que se aproximava a data da viagem, fomos gradativamente aumentando nas mochilas os equipamentos para o frio.

Naquele mês de maio, particularmente na semana que antecedeu a viagem, o Brasil experimentava uma frente fria atípica, derrubando as temperaturas em várias partes do país, e levando algumas cidades a registrar recordes de frio para o período. Na manhã da nossa partida, os telejornais noticiavam 8°C em Belo Horizonte. Na manhã seguinte, quando chegávamos em Sete Lagoas, o motorista Farias afirmava ter feito 4°C na cidade. Apesar da frente fria estar começando a dar uma trégua naquele momento, ainda seria capaz de garantir temperaturas baixas ao longo de nossa travessia. Experimentamos temperaturas girando em torno de 11ºC nas primeiras horas da manhã, e no início da noite. No nosso terceiro pernoite, chegamos a registrar 9°C pouco antes de irmos dormir. Ao longo do dia, temperaturas bem agradáveis para a caminhada: geralmente um pouco abaixo dos 20°C. O momento mais quente do percurso deve ter sido nosso último dia, chegando à Lapinha, com temperatura em torno dos 25°C.

Córrego Carapinas
Córrego Carapinas
Foto: Alexandre Ciancio

Pegamos céu aberto e com ótima visibilidade em quase todos os dias. Perfeito para contemplarmos o visual de tirar o fôlego, muitas vezes com 360° de montanhas se perdendo no horizonte. O céu límpido, combinado com a Lua minguante, garantiu noites espetacularmente estreladas. O aspecto meteorológico mais desagradável ficou por conta dos ventos. Ele marcou presença em toda manhã e toda noite, baixando consideravelmente a sensação térmica, tornando nossos jantares e a apreciação das estrelas uma experiência mais dolorosa. A chuva apareceu na terceira noite, deu uma trégua para desmontarmos as barracas, mas voltou assim que deixamos a casa da Dona Geralda com destino à Serra do Intendente. Nesse trecho pegamos ventos que chegavam a desequilibrar o caminhar, e muita neblina, comprometendo boa parte da visual do percurso. Na quarta noite choveu forte, mas ao amanhecer já desmontávamos as barracas sem problemas. Não tivemos mais chuva até o final da travessia.

A disponibilidade de água se mostrou exatamente como o esperado. Nos pontos de pernoite, água em abundância. No primeiro dia de caminhada, várias oportunidades de abastecimento. No segundo e terceiro dia, nenhuma fonte expressiva, mas alguns pequenos córregos com alguma quantidade de água ainda foram encontrados, sem falar no grande Rio Preto. O trecho mais crítico com certeza foi o quarto dia, entre a casa da Dona Geralda (Cachoeira Carapinas) e o Rio das Pedras: Basicamente nenhuma oportunidade de abastecimento. O quinto dia foi bem curto e com bastante água. No sexto dia, água apenas na proximidade da Cachoeira Bicame, depois, só em Lapinha. A travessia do Córrego Andrequiçé foi feita sem dificuldades, mas foi necessário buscar por um melhor caminho sobre as pedras.

Chegada ao Rio Preto
Chegada ao Rio Preto
Foto: Alexandre Ciancio

O Rio Preto certamente foi o ponto mais preocupante para o cruzamento. Ao nos deparamos com o rio, tentamos buscar algum ponto de travessia caminhando à montante (à esquerda, no nosso caso). Porém, lá o rio parecia mais fundo, e a presença de um afluente acabaria nos obrigando a fazer duas travessias. Seguindo a jusante se encontra uma cascata, nos deixando sem muitas alternativas a não ser realizar o cruzamento bem na direção da trilha. O volume de água estava considerável, e proximidade da cascata intimidadora. Porém, naquela direção existe um afloramento rochoso emergindo do fundo do rio com pontas irregulares e bem proeminentes. Negociamos a passagem por sobre essas pontas, com a ajuda dos bastões de caminhada para melhor equilíbrio. Conseguimos cruzá-lo sem incidentes e sem descalçar as botas.

O Rio das Pedras, no trecho antes da queda na Cachoeira Bicame
O Rio das Pedras, no trecho antes da queda na Cachoeira Bicame

O único ponto em que acabamos descalçando as botas para realizar o cruzamento foi o Rio das Pedras, na altura da Cachoeira Bicame. Nosso tracklog de referência sugeria a travessia pela parte alta da cachoeira, mas nos distraímos e descemos a trilha até o poço. Já na parte baixa, quando nos demos conta da falha, preferimos atravessar o rio por ali mesmo, ao invés de retroceder e tentar a travessia por cima. Ali porém, o rio é mais profundo, assim como poço. Não corremos nenhum grande perigo, mas foi necessário gastar um tempo extra para fazer a travessia. Num período de cheia, provavelmente a passagem pela parte alta deve ser mais simples.

Diário da excursão

Confira na página do diário da excursão os detalhes da nossa travessia contados cronologicamente.

Dados e downloads

Na tabela abaixo estão resumidos os dados do tracklog gravado na travessia. Segue o link para download do tracklog: LongoCursoComBr-Espinhaco2022.gpx. E aqui o link para download da carta topográfica utilizada durante o percurso.

DataDetalheDistânciaTempoD.M.G.E.AP.E.A
22/05Fechados x casa abandonada (1)5,99 Km5:14625 m - 1114 m584 m95 m
22/05Ataque à Cachoeira do Horizonte e Cobú (2,3)2,28 Km1:41885 m - 931 m99 m99 m
22/05Ataque à Cachoeira do Canyon (2)0,21 Km0:401095 m - 1101 m11 m11 m
23/05casa abandonada x Córrego Andrequiçé (1)11,82 Km6:001103 m - 1417 m503 m514 m
23/05Ataque à Cachoeira Samambaia (2)1,41 Km1:131100 m - 1121 m66 m66 m
24/05Córrego Andrequiçé x Cachoeira Carapinas17,56 Km7:271065 m - 1308 m665 m704 m
25/05Cachoeira Carapinas x Rio das Pedras17,45 km6:061075 m - 1471 m906 m749 m
26/05Rio das Pedras x topo Bicame5,42 Km1:351201 m - 1289 m147 m181 m
27/05topo Bicame x Lapinha da Serra14,51 km4:341115 m - 1357 m644 m731 m
TOTAL76,65 Km31:06625 m - 1471 m3625 m3150 m
D.M. = Desnível máximo do trecho
G.E.A. = Ganho de elevação aculumulado
P.E.A. = Perda de elevação aculumulada
(1) Quilometragem sem o ataque às cachoeiras, mas tempo incluindo cachoeiras
(2) Dados referentes a ida e volta.
(3) Inclui 320 metros gastos em trilha errada.
Por: Ângelo Vimeney
Publicado em: 18/12/2022
Última atualização: 24/12/2022

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