Transportes
Na primeira vez que estive na Chapada, a proposta era visitar diversas atrações, localizadas em cidades afastadas muitos quilômetros umas da outras. Além disso, estava incluído nos planos conhecer também Salvador. Neste contexto, a estratégia foi voar do Rio para Salvador, se hospedar nesta cidade, e depois, alugar um carro para dirigir até a Chapada. Desta vez, o foco era atravessar o Vale do Pati. Por isso, um carro não seria de muita utilidade quando estivéssemos dentro da Chapada. Nossa opção foi voar direto para Lençóis, e contratar serviços de transporte para nos auxiliar a chegar no ponto de início da trilha e para nos conduzir de volta para o aeroporto.
Avião
Foto: Felipe Vimeney
Atualmente, os voos para Lençóis são operados exclusivamente pela companhia Azul e acontecem apenas às quintas-feiras e domingos. Todas as saídas e chegadas são realizadas através do aeroporto de Salvador. É possível comprar voos da Azul saindo do Rio, com conexão em Salvador e destino final Lençóis. Porém, no nosso caso, foi mais barato fazer os trechos entre Rio e Salvador pela Gol e comprar apenas os trechos entre Salvador e Lençóis pela Azul . Apesar do medo de perder alguma conexão, todos os nossos voos saíram e chegaram dentro dos horários previstos.
Pagamos cerca de R$ 400 (com taxas), por cada perna entre Rio e Salvador. Pagamos cerca de R$ 220 (com taxas), por cada perna entre Salvador e Lençóis. Compramos as passagens com um pouco mais de um mês de antecedência. Teríamos conseguido valores melhores comprando um pouco antes.
Os trechos entre Salvador e Lençóis duram cerca de uma hora. O aeroporto de Lençóis é muito pequeno. Você desembarca do avião turbohélice praticamente na pista de aterrizagem, caminha um pouco para atravessar o salão de embarque e desembarque e já está de frente para a pequena estrada de acesso que leva até a margem da BR-242. A cidade de Lençóis é uma das maiores da Chapada e, com certeza, a mais conhecida e mais turística. Talvez por isso, o aeroporto de Lençóis seja assim conhecido. Porém, o fato é que o aeroporto fica em Tanquinho, uma cidade vizinha, afastada 24 Km de Lençóis.
Tanquinho → Vale do Capão
Exceto nos horários próximos ao embarque e desembarque dos voos de Salvador, o aeroporto de Lençóis (ou Tanquinho), fica deserto. Conforme os horários dos voos se aproximam, também chegam taxistas da região e motoristas das empresas de turismo para buscar e deixar seus clientes, ou tentar um um serviço de última hora. Nossa próxima parada rumo ao início da travessia do Pati seria o vilarejo do Vale do Capão, há 74 Km do aeroporto. Já havíamos contratado nosso transporte para lá com antecedência, e o nosso motorista, o Carlos, já estava nos aguardando assim que desembarcamos.
Existem várias empresas de turismo que operam na Chapada Diamantina. Algumas delas oferecem serviços de translado, além das visitas guiadas aos atrativos da região. Para contratar nosso translado, consultamos algumas empresas que estavam relacionadas neste portal: http://www.guialencois.com.br/tipo-anuncio/agencias-de-turismo.
Optamos pela empresa Fora da Trilha, que nos ofereceu o melhor preço: R$ 480 para oito pessoas. Dentre as consultadas, teve quem nos cobrasse mais de mil reais pelo mesmo serviço. Fizemos a escolha correta. Não só pelo preço, mas porque fomos muito bem atendidos desde a troca de e-mails antes de fechar o contrato, até no serviço prestado pelo Carlos, com muita cordialidade, profissionalismo e bom humor.
Nosso transporte foi realizado por uma Toyota. Ela conta com três fileiras de bancos para três pessoas cada, totalizando nove lugares (com o motorista). Na parte traseira ainda há espaço para bagagem. Inicialmente parecia que não ia caber, mas conseguimos empilhar lá atrás todas as nossas oito cargueiras lotadas de equipamento para os seis dias de caminhada. O tamanho foi a conta exata para o nosso grupo. Não entraria mais nenhuma pessoa ou mochila. O carro estava em bom estado, possuía abrigo para a chuva e sol, e cinto de segurança em todos os acentos.
Os primeiros 60 Km até a cidade de Palmeiras são feitos pela BR-242 e pela BA-849, em trechos asfaltados. De Palmeiras até o Capão, no entanto, existem quase 15 Km de estrada de terra a serem vencidos. A condição do trecho de estrada é regular. É possível transitar com carros convencionais, mas com certeza a Toyota foi de grande ajuda para atravessar esse pedaço com agilidade. Saímos do aeroporto por volta das 14:15 e chegamos no Capão em torno das 16:45. Perdemos um bom tempo dentro de um Posto Petrobras que fica logo após o aeroporto, aguardando as condições da estrada melhorarem, devido a um acidente que havia ocorrido há pouco tempo.
Vale do Capão → Bomba
Dormimos no Capão para, no dia seguinte, completar nosso último trajeto de aproximação para o início da travessia. Do Vale do Capão até o vilarejo do Bomba, são mais 6 Km de estrada de terra. Dado que o nosso primeiro dia de caminhada não seria dos mais exigentes, poderíamos até ter incluído esse trecho na caminhada. No entanto, o percurso seria bastante monótono. Fizemos bem em ter contratado um transporte para nos deixar bem no início da trilha.
Quem nos levou até lá foi o Sr. Rena, indicado pela Liz, da pousada Tatu Feliz. O telefone para contato é (75) 3344-1059. O Sr. Rena é morador da região e nos conduziu em uma pickup D20. Assim como na Toyota, o tamanho foi a conta exata para 8 pessoas com cargueiras, mais o motorista. Ao contrário das maiorias das D20 que eu vejo, essa era toda fechada, o foi ótimo para nos proteger da chuva que caía naquela manhã. O Sr. Rena foi atencioso e pontual. A viagem transcorreu sem problemas. O valor total para os 8 pessoas foi R$ 70. Contratamos o seu serviço por telefone, alguns dias antes da viagem.
Andaraí → Tanquinho
Finalizamos nossa travessia em Andaraí. A trilha termina praticamente já nas ruas da cidade. Caminhamos um pouco até a nossa pousada, onde faríamos nosso último pernoite na Chapada. Na manhã seguinte precisávamos retornar para o aeroporto em Tanquinho, há 78 Km de Andaraí. Chegamos a considerar a opção de tomar um ônibus para ir em direção à Lençóis e descer próximo ao aeroporto. Mas de acordo com as pesquisas que fizemos, os horários são muito restritos e irregulares, e o tempo de viagem não muito previsível. Como não queríamos perder o voo, optamos também por um translado até o aeroporto.
Este transporte foi também contratado com a empresa Fora da Trilha. O valor cobrado para as 8 pessoas foi o mesmo do trecho Aeroporto-Capão: R$ 480. Mais uma vez, o Carlos e sua Toyota apareceram pontualmente no horário combinado para nos conduzir até nosso destino. A viagem transcorreu sem problemas. Todo o trecho é feito em estrada asfaltada, primeiro pela BA-142 e depois pela BR-242.
Publicado em: 03/06/2016